É impressionante como a arte e o que chamamos de arte se entrelaça em nossas vidas.....É um pesar ver pessoas que não se importam.
Eu saio numa defesa quase que obrigatória porque quanto mais estudo a arte, mais aprendo sobre mim mesma. Se todos conseguissem perceber esta relação, estariam levantando também suas bandeiras em sua defesa.........
Obviamente, é que o estudo de humanas nos faz olhar para dentro de si e até explica o por quê que algumas coisas acontecem. Não irei abordar aqui o que ela fez, muitas delas são muito íntimas mas, talvez possa criar um dialogo sobre algumas reflexões.
Em vez de ocuparmos o tempo buscando perguntas, criando expectativas, poderíamos apenas estar em si. O contemporâneo se tornou ao meu ponto de vista em monstros que pensavam que existiam na Idade Média. Monstros e coisas malucas como as belíssimas obras de BOSCH. Teria ele então um intelecto tão atual quanto o nosso?As obras de BOSCH não se aproximam do surrealismo? Será que o nosso
intelecto também é surreal? Creio que sim......................
Criamos nossos próprios monstros, nossos próprios medos, e deles fazemos o inferno só pelo fato de que possa buscar um conforto ou abrigo em algo que também críamos como o divino. Que loucura é toda essa........e se deparar com a arte é exatamente se livrar de tudo, ter o espírito livre e o pensamento jogado no vazio, na imensidão do nada. Afinal, somos nós que criamos o ponto, o fixo e a vida nada tem disso. Portanto, a arte nos permite sermos o melhor de nós mesmos e sua riqueza de estilos, tipos e funções são os vários caminhos que ela te dá para você ser sempre aquilo que é o mais importante: ser você mesmo!
Bjs e até a próxima.
História da Arte
Diálogos e pensamentos sobre História da Arte
30 de set. de 2016
1 de nov. de 2015
Restaurando Leonardo Da Vinci
Olá pessoal!
Segue uma indicação do meu Prof. Renato Brolezzi no curso sobre Renascentismo na Casa do Saber.
Este vídeo é maravilhosos, é sobre o trabalho do museu do Louvre em Paris na restauração do quadro de Leonardo Da Vinci " A Virgem e o menino com Santa Ana".
É um documentário excepcional e que nos mostra como é feito o trabalho de restauração, sendo um processo tão delicado e minucioso que envolvem historiadores da arte onde qualquer decisão tem de ser muuuuito bem pensada ainda mais de tratando de Leonardo Da Vinci.
Bora assistir e aprender cada vez mais com a interdisciplinariedade da História da Arte!
Bom vídeo, aproveitem!
Segue uma indicação do meu Prof. Renato Brolezzi no curso sobre Renascentismo na Casa do Saber.
Este vídeo é maravilhosos, é sobre o trabalho do museu do Louvre em Paris na restauração do quadro de Leonardo Da Vinci " A Virgem e o menino com Santa Ana".
É um documentário excepcional e que nos mostra como é feito o trabalho de restauração, sendo um processo tão delicado e minucioso que envolvem historiadores da arte onde qualquer decisão tem de ser muuuuito bem pensada ainda mais de tratando de Leonardo Da Vinci.
Bora assistir e aprender cada vez mais com a interdisciplinariedade da História da Arte!
Bom vídeo, aproveitem!
8 de jul. de 2015
A força de uma Arte!
Olá pessoal, quanto tempo hein? rsrsrs
Bom, tenho aqui comigo algumas considerações sobre o sumiço e já relatei também anteriormente que é a faculdade. Agora de posse de minhas merecidas férias, venho realizar mais uma postagem de grande importância para a história da arte que são os Muralistas Mexicanos. Uma arte social, grandiosa e plena de pensamentos revolucionários de sua época. É a mais pura expressão de um povo cansado de ditadura e de descaso com as suas origens. Essa arte, retrata bem o contexto social do México nos anos 20 pós derrubada do regime do ditador Porfírio
Diaz.
Segue então uma breve história de como nasce a arte muralista para que vocês possam entende-la melhor. Lembrando que, minha breve pesquisa se deu através do meu curso de História da Arte na PUC com o auxilio e texto do Prof. Mestre Marcelo Squinca, utilizando o livro que hoje entra para o catálogo de raridades : ADES, Dawn: "O movimento muralista mexicano" in: Arte na América Latina: a era moderna: 1820-1980. São Paulo, Cosac & Narfy, 1977 . Caso alguém tenha este livro e queira se desfazer, aceito doações, rsrsrs.
Portanto, vamos para a leitura de uma arte revolucionária:
A pintura
mural (ou afresco) é uma das formas mais antigas e importantes de expressão
política e social na História. Os muralistas mexicanos resgataram essa forma de
pintura, criando um gênero de arte pública incomparável, ímpar em importância e
influência.
Os desdobramentos
do muralismo mexicano são de longo alcance, uma vez que esse movimento chegou a influenciar artistas de várias partes do mundo - em especial da América Latina
- e não apenas durante o período de seu auge, a década de 1920, mas
até recentemente, como no caso do exemplo na figura abaixo, dos murais pintados durante o
governo sandinista (1979-1990), na Nicarágua.
Os muralistas
foram o grupo, mais atuante e criativo que formava a vanguarda cultural
revolucionária do México com um forte sentido do valor social da arte.
A violenta
revolta de 1910 contra o regime de Porfírio Diaz que durou dez anos deixava
sempre a cadeira da presidência vazia.
A revolução,
um acontecimento de proporções cataclísmicas, veio trazer uma nova consciência
ao México.
A pose do
primeiro líder revolucionário, Álvaro Obregón para o cargo de presidente em
1920 trouxe um período de esperança e otimismo no qual nasceria o movimento muralista.
Álvaro Obregón
nomeou como Ministro da Educação de seu governo o filósofo revolucionário José
Vasconcelos, o que explica, em parte, o predomínio das artes visuais e a
primazia cultural do muralismo nesse período. (ADES, p.151)
A teoria
social de Vasconcelos, que estava fundamentada em conceitos pictográficos e no
positivismo do filósofo Augusto Comte, sustentava a ideia de que a evolução de
uma sociedade se dá através de três estágios, sendo o mais avançado o da
estética. Vasconcelos estava convicto de que o México revolucionário não
tardaria a entrar nesse estágio, mas, para tanto, se fazia necessária uma “arte
para o povo”, que não se mantivesse confinada às galerias, aos museus, mas que
estivesse acessível a todos.
A pose do
primeiro líder revolucionário, Álvaro Obregón para o cargo de presidente em
1920 trouxe um período de esperança e otimismo no qual nasceria o movimento muralista. Nomeando para Ministro da Educação de seu governo o filósofo revolucionário José
Vasconcelos, o que explica, em parte, o predomínio das artes visuais e a
primazia cultural do muralismo nesse período.
A teoria
social de Vasconcelos, que estava fundamentada em conceitos pictográficos e no
positivismo do filósofo Augusto Comte, sustentava a ideia de que a evolução de
uma sociedade se dá através de três estágios, sendo o mais avançado o da
estética. Vasconcelos estava convicto de que o México revolucionário não
tardaria a entrar nesse estágio, mas, para tanto, se fazia necessária uma “arte
para o povo”, que não se mantivesse confinada às galerias, aos museus, mas que
estivesse acessível a todos. (ADES, p.151)
Para muitos mexicanos, a Revolução
revelou seu verdadeiro país, o que teria dado aos artistas, em especial aos
artistas plásticos, a inspiração advinda dessa nova realidade. Isso explicaria
por que os pintores muralistas inundaram as paredes de locais públicos com
torrentes de imagens, as mais variadas - realistas, alegóricas, satírica -, que
refletiam a história e a multiplicidade da cultura mexicana, bem como suas
próprias aspirações e conflitos.
Essa arte diz
respeito também ao fato da idéia de murais fazer parte de uma tradição que
vinha de longa data pois, em épocas pré-colombianas os muros já eram cobertos
de pinturas. A primeira vez que se deu conta disso foi quando Rivera junto com
Vasconcelos conheceram o templo dos Jaguares em Yucatán 1921.
Uma outra
razão para o muralismo diz respeito ao “problema do índio”, novamente reavivado
pela revolução, sob o qual rugia a grande questão de ser ou não o México duas
nações e que, por implicar a discussão sobre o papel da arte, dava a esta uma
considerável peso.
O muralismo se estabeleceu e promoveu mais do que uma fusão
cultural, os muralistas exigiam a
erradicação da arte burguesa ( a pintura de cavalete) e apontavam a tradição
indígena como o modelo do ideal socialista de uma arte aberta para o povo.
Então o México teve seus maiores e principais muralistas que ficaram conhecidos como : Los Tres Grandes: Diego Rivera, José Clemente Orozco e
David Alfaro Siqueiros.
São os artistas plásticos que formaram a primeira geração de muralistas. Aqui colocarei obras de grande importância de cada um deles e, infelizmente não irei adentrar em suas biografias por conta da postagem ficar excessivamente grande. É apenas um recorte porque falar de arte não tem fim! Maravilha!!!
Diego Rivera (1886-1957)
Obras:
José Clemente Orozco (1883-1949)
Obras:
Hospício Cabañas em Guadalajara
Que viagem de louco essa pintura................fez jus ao lugar! rsrs
David Alfaro
Siqueiros (1826-1974)
Obras:
O movimento muralista introduziu expectativas de uma época na qual se tentava levar a
possibilidade de transformação social na qual um povo sofrido devido a uma penosa ditadura.A arte seria um resgate e valorização de interpretações do passado juntamente com esperanças de desenvolver no futuro uma sociedade mais justa e igualitária. Seria um esforço para empregar a arte como um
agente de transformação das estruturas sociais, ou seja, a verdadeira revolução de ideias e um povo através de sua arte!
BIBLIOGRAFIA:
- Livro: ADES, Dawn: "O movimento muralista mexicano" in: Arte na América Latina: a era moderna: 1820-1980. São Paulo, Cosac & Narfy, 1977
- Aulas e textos: História da Arte - PUC; Porf. Mestre- Marcelo Squinca- 2° semestre 2013.
- Google imagens;
* Algumas imagens postadas são de fontes diversas do Google imagens. Caso, alguma foto de sua autoria e detentora dos direitos autorais estiver neste blog e você desejar sua remoção, favor enviar um email que prontamente será removido do blog.
4 de abr. de 2015
Beleza é fundamental? Roger Scruton
Boa noite pessoal tudo bem?
Hoje irei postar apenas um vídeo sobre o pensamento de um grande filósofo, Roger Scruton, pouco conhecido aqui no Brasil.
No seu livro Beleza ele questiona: " por que estudarmos a herança de nossa arte e cultura numa época em que o julgamento de sua beleza não possui nenhum fundamento racional?"
Ele defende que a beleza é um valor real e universal presa na nossa natureza racional e a apreciação do belo executa um papel imprescindível na formação desse nosso mundo.
Eu ainda não li o livro (está na lista de livros para as férias, rsrs), mas depois de ver esta entrevista, tenho certeza de que você vai correndo comprar um.
E por que estou abordando esse filósofo aqui? Além de ter apreciado esse grande filósofo, pelo simples fato de amar filosofia e por ela andar de mãos dadas com a arte!
Boa leitura e bom video!
Livro: Beleza - Roger Scruton, Ed. Realizações - 2013
Até próxima!
eza
Hoje irei postar apenas um vídeo sobre o pensamento de um grande filósofo, Roger Scruton, pouco conhecido aqui no Brasil.
No seu livro Beleza ele questiona: " por que estudarmos a herança de nossa arte e cultura numa época em que o julgamento de sua beleza não possui nenhum fundamento racional?"
Ele defende que a beleza é um valor real e universal presa na nossa natureza racional e a apreciação do belo executa um papel imprescindível na formação desse nosso mundo.
Eu ainda não li o livro (está na lista de livros para as férias, rsrs), mas depois de ver esta entrevista, tenho certeza de que você vai correndo comprar um.
E por que estou abordando esse filósofo aqui? Além de ter apreciado esse grande filósofo, pelo simples fato de amar filosofia e por ela andar de mãos dadas com a arte!
Boa leitura e bom video!
Livro: Beleza - Roger Scruton, Ed. Realizações - 2013
eza
24 de jan. de 2015
Quando as cores dizem por si só.....
Olá pessoal, tudo bem?
Sei que novamente estou em débito com vocês mas, o fim de 2014 foi um tanto turbulento para mim. Se acreditam ou não em horóscopo chinês, 2014 foi o ano do cavalo e creio que na minha vida no fim desse ano ele resolveu sair em disparada! rsrsrs
Mas estou aqui novamente e com uma postagem bem bacana. Nas minhas férias gastei um bom dinheirinho com livros (adoro!) e um deles foi a obra intitulada – Matisse – Escritos e reflexões sobre Arte, da Editora Cosac Naify.
Bom, nem preciso dizer que eu ameeeei o livro e por esta razão que, farei meu primeiro post de 2015 sobre esta pessoa admirável, Henri Matisse.
O que dizer sobre este homem? Um homem dedicado e totalmente fiel ao seu ser.
Primeiro, uma breve biografia: Henri Matisse nasceu na França em 31 de dezembro de 1869. Foi escultor, gravurista e desenhista. Ficou conhecido pelo uso das cores em suas obras, juntamente com Picasso e Marcel Duchamp, foi considerado um artista da arte moderna.
Matisse fez Direito mas, acabou indo para o mundo das artes graças a um presente dado por sua mãe, pincéis e tintas, onde se descobriu por completo.
Suas obras, com minha modesta opinião de aprendiz, são de uma leveza e frescura que chego a sentir uma brisa fresca batendo em meu rosto.
O que mais me chamou a atenção foi sua fala: “ Você quer fazer pintura?Comece então por cortar sua língua, para, a partir de agora, só falar com os pincéis.”
Sim, o que ele quis dizer com isto? Agora você deve viver uma relação completa com a arte. Não basta olhar e copiar, não basta realizar somente aquilo que te pedem, há de sentir o que faz. Para Matisse o equilíbrio é tudo, porque o que você faz sempre será o reflexo de seu interior então, para se realizar uma obra, ele buscava o que sentia misturado com o que conhecia do mundo. Ele também dizia que o artista precisava ver o mundo com olhos de criança, mas por quê? Vocês já devem ter ouvido a história de um mestre Samurai com seu discípulo e a xícara de chá?
O jovem aprendiz estava tomando um chá com seu mestre quando percebeu que o mesmo continuou colocando a bebida em sua xícara já cheia e, ao ver transbordar o liquido, disse desesperado ao mestre que parasse, e seu sábio mestre lhe disse: “ Está vendo como você precisa esvaziar sua mente de tudo?( moral, valores, verdades, conceitos, julgamentos, etc..) Para que eu possa preencher de forma limpa e sadia de novos conhecimentos para só então, conseguir entrar em perfeito equilíbrio com sua alma. Profundo né? Penso nisso todos os dias.......
A criança ainda não tem opiniões formadas sobre o mundo, não tem julgamentos e valores impostos à sua volta, é a mais pura e verdadeira emoção, é a xícara vazia que ao longo da vida vai preenchendo com suas idéias e conceitos.
Para Matisse era exatamente isso, não use apenas a técnica, traga para a obra seus mais profundos sentimentos e, o mais importante, ainda estava por vir. O observador (nós) ao olhar o trabalho final, deve reconhecer e sentir cada emoção, sentimento e pensamento.
Matisse dizia que sempre sentia medo antes de começar suas obras porque nele havia uma preocupação tremenda no que poderia transmitir. Então, um artista não precisa de fala, ele precisa de um profundo dialogo interno. Então ele permanecia horas e horas, dias e dias e até anos e anos numa mesma obra. Concentrado apenas nela, com uma dedicação ímpar sempre observando cada dia o seu desenvolvimento. Claro que, se percebesse que algo havia mudado recomeçava tudo de novo ou, se seu interior também sofresse alguma alteração, nem chegava perto de seu trabalho. Sua preocupação ia além da obra ia além da moldura, ia para um lado conceitual como fez na Capela do Rosário em Vence na França 1951. Essa foi uma das mais importantes obras deste grande artista e veja como o exterior afeta a obra e de como causa o impacto em nós meros observadores. Este trabalho traz uma simplicidade que nos leva a flutuar e chegar mais próximos de Deus, é poético. Me diz se isso não faz você se sentir num lugar calmo, leve como uma brisa da manhã? É realmente divino!
Sei que novamente estou em débito com vocês mas, o fim de 2014 foi um tanto turbulento para mim. Se acreditam ou não em horóscopo chinês, 2014 foi o ano do cavalo e creio que na minha vida no fim desse ano ele resolveu sair em disparada! rsrsrs
Mas estou aqui novamente e com uma postagem bem bacana. Nas minhas férias gastei um bom dinheirinho com livros (adoro!) e um deles foi a obra intitulada – Matisse – Escritos e reflexões sobre Arte, da Editora Cosac Naify.
Bom, nem preciso dizer que eu ameeeei o livro e por esta razão que, farei meu primeiro post de 2015 sobre esta pessoa admirável, Henri Matisse.
O que dizer sobre este homem? Um homem dedicado e totalmente fiel ao seu ser.
Primeiro, uma breve biografia: Henri Matisse nasceu na França em 31 de dezembro de 1869. Foi escultor, gravurista e desenhista. Ficou conhecido pelo uso das cores em suas obras, juntamente com Picasso e Marcel Duchamp, foi considerado um artista da arte moderna.
Matisse fez Direito mas, acabou indo para o mundo das artes graças a um presente dado por sua mãe, pincéis e tintas, onde se descobriu por completo.
Suas obras, com minha modesta opinião de aprendiz, são de uma leveza e frescura que chego a sentir uma brisa fresca batendo em meu rosto.
O que mais me chamou a atenção foi sua fala: “ Você quer fazer pintura?Comece então por cortar sua língua, para, a partir de agora, só falar com os pincéis.”
Sim, o que ele quis dizer com isto? Agora você deve viver uma relação completa com a arte. Não basta olhar e copiar, não basta realizar somente aquilo que te pedem, há de sentir o que faz. Para Matisse o equilíbrio é tudo, porque o que você faz sempre será o reflexo de seu interior então, para se realizar uma obra, ele buscava o que sentia misturado com o que conhecia do mundo. Ele também dizia que o artista precisava ver o mundo com olhos de criança, mas por quê? Vocês já devem ter ouvido a história de um mestre Samurai com seu discípulo e a xícara de chá?
O jovem aprendiz estava tomando um chá com seu mestre quando percebeu que o mesmo continuou colocando a bebida em sua xícara já cheia e, ao ver transbordar o liquido, disse desesperado ao mestre que parasse, e seu sábio mestre lhe disse: “ Está vendo como você precisa esvaziar sua mente de tudo?( moral, valores, verdades, conceitos, julgamentos, etc..) Para que eu possa preencher de forma limpa e sadia de novos conhecimentos para só então, conseguir entrar em perfeito equilíbrio com sua alma. Profundo né? Penso nisso todos os dias.......
A criança ainda não tem opiniões formadas sobre o mundo, não tem julgamentos e valores impostos à sua volta, é a mais pura e verdadeira emoção, é a xícara vazia que ao longo da vida vai preenchendo com suas idéias e conceitos.
Para Matisse era exatamente isso, não use apenas a técnica, traga para a obra seus mais profundos sentimentos e, o mais importante, ainda estava por vir. O observador (nós) ao olhar o trabalho final, deve reconhecer e sentir cada emoção, sentimento e pensamento.
Matisse dizia que sempre sentia medo antes de começar suas obras porque nele havia uma preocupação tremenda no que poderia transmitir. Então, um artista não precisa de fala, ele precisa de um profundo dialogo interno. Então ele permanecia horas e horas, dias e dias e até anos e anos numa mesma obra. Concentrado apenas nela, com uma dedicação ímpar sempre observando cada dia o seu desenvolvimento. Claro que, se percebesse que algo havia mudado recomeçava tudo de novo ou, se seu interior também sofresse alguma alteração, nem chegava perto de seu trabalho. Sua preocupação ia além da obra ia além da moldura, ia para um lado conceitual como fez na Capela do Rosário em Vence na França 1951. Essa foi uma das mais importantes obras deste grande artista e veja como o exterior afeta a obra e de como causa o impacto em nós meros observadores. Este trabalho traz uma simplicidade que nos leva a flutuar e chegar mais próximos de Deus, é poético. Me diz se isso não faz você se sentir num lugar calmo, leve como uma brisa da manhã? É realmente divino!
E assim ele transmitia através das cores. Suas obras traduzem a mais perfeita
sintonia entre mente, alma e corpo. É impressionante ver como ele conseguia
transformar o preto em cor, ele conseguiu valorizar o preto distanciando-o dos jogos de claro e escuro. As
cores são a interpretação de suas obras. Para ele, desenho e cor são coisas
separadas e não uma só. Uma cor pode matar um desenho e vice-versa e realmente somente depois de ler o livro, me dei conta dessa questão.
Veja
esta obra e me diga se as cores não falam por si só: Sintam o frescor que ela
traz, a suavidade de cada componente, nada é pesado, mesmo o preto ao fundo, tudo
é leve,tranquilo, harmonioso assim como a vida deve ser.
E
esta outra? Quantas cores existem no rosto desta mulher que traduzem
perfeitamente o que é e suas emoções?
Esta
forma como aborda as cores, realmente é impressionante e eu como
uma boa estudante novata no assunto, fiquei totalmente encantada e admirada.
Por
incrível que pareça, quando estava na leitura deste livro eu ganhei do meu
grande amigo filósofo Ari, um cavalete para me aventurar na pintura. Agora imagina como eu fiquei maluca para dialogar com as cores?
Sinceramente não
sei desenhar, mas irei mergulhar no mundo da pintura e nem preciso dizer que de inicio, minha maior fonte de inspiração não poderia ser nada menos do que este grande
Mestre: Henri Matisse.
BIBLIOGRAFIA:
- Matisse: Escritos e reflexões sobre arte - Ed. Cosac Naify - 2007 - SP
- Imagens: Google imagens
- Matisse: Escritos e reflexões sobre arte - Ed. Cosac Naify - 2007 - SP
- Imagens: Google imagens
14 de set. de 2014
Pensamentos Renascentistas
Olá pessoal!
Sei que devem estar chateados comigo mas a minha ausência tem justificativa e se chama: Faculdade!
Sim meus queridos, ando enterrada em trabalhos e mais trabalhos mas como dizia minha falecida vó, há males que vem para o bem........e com toda certeza é isso que se prega aqui. Todos esses trabalhos que estou executando logo logo estarão aqui para deleite de vocês e, para deixar uma prévia do que estou realizando farei a postagem de uma aula que tive no MASP com o excepcional Prof. Renato Brolezz sobre a obra de Rafael Sanzio - "A ressurreição de Cristo" . Recomendo á todos participarem e o mais bacana é que as obras com que trabalha são do acervo do museu ou seja, depois você corre pra lá pra ver de perto tudo o que é relatado aqui. Bom, chega de falar e vamos para o que interessa: História da Arte!! Amo muito tudo isso!
Abraços!
- Obra de Rafael Sanzio: " A Ressurreição de Cristo"
Século XV em Florência- Itália , período renascentista.
Óleo sobre madeira: 52x44 cm -1498-1500 d.C.
Rafael Sanzio nasceu na região de Urbino em 1483 e morreu em 1520 em Roma no domingo de páscoa de uma febre não identificada.
Ele estava terminando sua formação com seu mestre – Pietro Valute o Perugino – quando realizou esta obra. No momento tinha por volta dos seus 17 anos de idade.
Até hoje se levantam dúvidas quanto á autoria deste quadro, se realmente foi Rafael que o fez, mas mesmo que não o fosse, tal obra não perderia sua enorme importância. Os artistas não cultivavam o hábito de assinar as obras e por esta razão que se levantam as dúvidas.
Nesta época do renascimento, a matemática se volta para as artes pois, ela é a linguagem de Deus que criou para a harmonia delas. É quando iniciam os estudos em artes pelas perspectivas pois a razão, a matemática não são contrárias a fé, a religião. Neste período criam-se metáforas como: “Deus o arquiteto do mundo” por estarem envolvidos com o naturalismo ou seja, copiar a natureza é transmitir a vontade divina. Aprender matemática nesta época era estar mais próximo de Deus e tornando-se discípulo da ciência. Isto é o projeto do renascimento, pensar e sentir a fé e a razão.
A formação dos artistas da época é neo-platônica por isso a influência de realizar obras com equilíbrio, uma totalidade que lhe dêem sentido. Cria-se um amor pela unidade da composição. As figuras devem se organizar e respeitar a harmonia, simetria e unidade, tudo deve estar no seu devido lugar.
Observemos a obra:
Estratégia da pintura florentina: ter um espaço á priori, um espaço vazio. Os espaços são fatiados.
Observe que a serpente e o caramujo estão em 1º plano, em 2º plano vem o soldado de costas para nós, em 3º plano o soldado que está de frente, no 4º plano está o sarcófago e assim, todas as figuras expostas estão fatiadas ou seja, cria-se a idéia de profundidade até chegarmos á linha do horizonte que é a linha da angústia.
Rafael desenhou cada personagem separadamente, e depois foi dispondo cada um no quadro obedecendo a escala de perto, médio e longe. Podemos realizar uma brincadeira visual: imagine o quadro sem nenhum personagem e aos poucos vá colocando um á um e irá perceber que, o quadro em si não terá sentido algum se faltar qualquer um dos personagens. É a razão de ser harmônico e puramente matemático.
Voltando-se para a observação da obra, vemos que a serpente e o caramujo são representados em tamanhos tão pequenos que, poderiam passar facilmente despercebidos - lembrando o tamanho do quadro (52x44 cm) – mas o que isto significa? São seres que rastejam no mundo físico, a serpente tem seu desejo de conhecimento (símbolo da medicina) e o caramujo é obrigado a rastejar sobre seu próprio musgo. Então, eles realizam o papel contrário á Cristo. ELE se “ascende” é a “ascensão” com o estandarte da vitória na mão esquerda e a mão direita simbolizando a benção - até hoje padres, bispos e Papas utilizam a mão esquerda desta forma - e que representa o trio – Pai, Filho e Espírito Santo, a trindade cristã e assim se referindo aos repteis como seres que não se “elevam”.
Os soldados além de apresentarem emoções, Rafael dispõem os dois primeiros em um giro de 180°(antes as obras eram mais rígidas como nos quadros de seu mestre Perugino) e ele dinamiza trazendo movimento em suas obras. Podemos observar este movimento também no sarcófago onde a tampa se encontra na diagonal e fazendo a alusão de mármore e de estilo romano, caracterizando ainda a influência da arte romana. Os anjos representam o desapego, a transcendência que procura sentido para além da vida. As mulheres representam as três Maria que visitam Cristo.
Rafael se utiliza apenas das cores primárias – azul, vermelho e verde – novamente trazendo a idéia da Santíssima Trindade sendo a idéia a vontade de Deus pois, Ele é razão. Então o desenho se torna o desejo da idéia de se tornar visível ao mundo, ele é um projeto de realização da idéia e na tradição florentina, tudo nasce da linha, então para o renascimento a idéia de Deus se transcende no indivíduo.
Portanto, o pensamento naturalista era não somente de copiar uma natureza e sim aperfeiçoá-la porque, ao copiar, você inova, é a transformação daquilo que se vê ou seja, a obra de arte deve primeiramente seduzir seus sentidos, para depois lhe mostrar a verdade. Neste quadro podemos perceber nitidamente que tudo é ordem, força do equilíbrio, agradável aos olhos mas, rigorosa intelectualmente.
Muitos abraços e até a próxima!
8 de jul. de 2014
Guardião da Arte
Pensar em obras de arte sem pensar em museu é como viver sem
precisar de água! Pois bem, falar de museu juntamente com a arte é algo
importantíssimo. Hoje temos vários museus espalhados pelo mundo onde guardam
seus tesouros e que ao menos garantem um vasto patrimônio para a toda a humanidade
mas, fica uma pergunta: como se criou esta instituição?
Na mitologia Museu é filho de Orfeu, ele tem seu corpo despedaçado
pelas Mênades e jogado no rio Hebro. Na Grécia antiga Mouseion era o templo das musas que presidiam a poesia, a música, a
oratória, a história, a tragédia, a comédia, a dança e a astronomia. Esses
templos, bem como os de outras divindades, recebiam muitas oferendas em objetos
preciosos ou exóticos, que podiam ser exibidos ao público mediante o pagamento
de uma pequena taxa. As nove Musas filhas de Mnemosíne, cantavam o presente, o
passado e o futuro sob a lira de Apolo.
Ao longo de toda nossa história o homem adquiriu o hábito de
colecionar coisas e assim, surge o colecionismo.
Eles concederam a esses objetos certos valores, sentimentais e materiais criando
assim a necessidade de preservá-los. Isto é desde a Idade Média onde proliferou
pelo mundo. Os museus até aos fins dos
séc. XVII e XVIII eram denominados como gabinetes de curiosidades. Anteriormente
às galerias várias obras ficavam expostas em jardins e depois observando a
necessidade de preservá-las (tanto de roubos como por conta de guerras) criavam
em seus próprios palacetes pequenos museus. Claro que primeiramente as obras só
eram vistas pelo dono e só depois foi se abrindo para os seus amigos, mais íntimos claro!
David Teniers. Galeria do Duque Leopoldo Guilherme, BRUXELAS
.
Segunda metade do séc. VXII.
Em 1683 surge
o primeiro museu a partir da doação da coleção de John Tradescant,
feita por Elias Ashmole, à Universidade de Oxford, conhecido como Ashmolean
Museum.
Mas,
o primeiro a ser projetado para ser realmente um museu foi em 1769-75 o Museu Fridericianum
em Kassel, Alemanha
Por volta de 1827 Sir John Soane’s, adquire três casas e as
unem transformando-as em uma casa museu em Londres. Assista ao vídeo que é
curto e você irá se admirar com a inteligência desta pessoa nesta criação belíssima.
Ao longo de nossa história o museu se transformou e tal
transformação é contínua pois, vem adaptando-se aos novos tempos realizando cada vez mais uma interação
com o seu observador. Hoje todos os
museus oferecem atividades culturais, cursos e outros inúmeros benefícios para
que possamos ter cada vez mais um contato maior com a “arte”. Observamos muito
isto hoje, com a arte contemporânea onde a arte sai da tela e nos trás uma nova
perspectiva, uma nova visualidade. Ela exige de você um “posicionamento” e
deixa de ser apenas para observar.
Entretanto meu objetivo maior é trazer a mente de que o
museu deixou de ser algo onde se guarda “coisas antigas demais” e que de nada contribuem
para o nosso ser. Hoje ele busca o principal você ! Fazer com que a arte intimide seus instintos onde lhe obriga
a tomar uma posição diante dela é a mais pura e brilhante experiência cultural
que o ser humano possa ter então, corra ao museu mais próximo e divirta-se!
*Fontes:
- Aulas do meu curso de Curadoria e Arte Contemporânea - Casa do Saber
- Aulas do meu curso de Arte Sacra e Bens Culturais - Museu de Arte Sacra
- Wikipédia.org
- Imagens extraídas
do Google imagens
- Vídeo Youtube
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