1 de nov. de 2015

Restaurando Leonardo Da Vinci

Olá pessoal!
Segue uma indicação do meu Prof. Renato Brolezzi no curso sobre Renascentismo na Casa do Saber. 
Este vídeo é maravilhosos, é sobre o trabalho do museu do Louvre em Paris na restauração do quadro de Leonardo Da Vinci " A Virgem e o menino com Santa Ana". 
É um documentário excepcional e que nos mostra como é feito o trabalho de restauração, sendo um processo tão delicado e minucioso que envolvem historiadores da arte onde qualquer decisão tem de ser muuuuito bem pensada ainda mais de tratando de Leonardo Da Vinci.
Bora assistir e aprender cada vez mais com a interdisciplinariedade da História da Arte!
Bom vídeo, aproveitem!

8 de jul. de 2015

A força de uma Arte!


Olá pessoal, quanto tempo hein? rsrsrs
Bom, tenho aqui comigo algumas considerações sobre o sumiço e já relatei também anteriormente que é a faculdade. Agora de posse de minhas merecidas férias, venho realizar mais uma postagem de grande importância para a história da arte que são os Muralistas Mexicanos. Uma arte social, grandiosa e plena de pensamentos revolucionários de sua época. É  a mais pura expressão de um povo cansado de ditadura e de descaso com as suas origens. Essa arte, retrata bem o contexto social do México nos anos 20 pós derrubada do regime do ditador Porfírio Diaz.
Segue então uma breve história de como nasce a arte muralista para que vocês possam entende-la melhor. Lembrando que, minha breve pesquisa se deu através do meu curso de História da Arte na PUC com o auxilio e texto do Prof. Mestre Marcelo Squinca, utilizando o livro que hoje entra para o catálogo de raridades : ADES, Dawn: "O movimento muralista mexicano" in: Arte na América Latina: a era moderna: 1820-1980. São Paulo, Cosac & Narfy, 1977 . Caso alguém tenha este livro e queira se desfazer, aceito doações, rsrsrs.
Portanto, vamos para a leitura de uma arte revolucionária:

A pintura mural (ou afresco) é uma das formas mais antigas e importantes de expressão política e social na História. Os muralistas mexicanos resgataram essa forma de pintura, criando um gênero de arte pública incomparável, ímpar em importância e influência.

Os desdobramentos do muralismo mexicano são de longo alcance, uma vez que esse movimento chegou a influenciar artistas de várias partes do mundo - em especial da América Latina - e não apenas durante o período de seu auge, a década de 1920, mas até recentemente, como no caso do exemplo na figura abaixo, dos murais pintados durante o governo sandinista (1979-1990), na Nicarágua.

Os muralistas foram o grupo, mais atuante e criativo que formava a vanguarda cultural revolucionária do México com um forte sentido do valor social da arte.
A violenta revolta de 1910 contra o regime de Porfírio Diaz que durou dez anos deixava sempre a cadeira da presidência vazia.
A revolução, um acontecimento de proporções cataclísmicas, veio trazer uma nova consciência ao México.
A pose do primeiro líder revolucionário, Álvaro Obregón para o cargo de presidente em 1920 trouxe um período de esperança e otimismo no qual nasceria  o movimento muralista.

Álvaro Obregón nomeou como Ministro da Educação de seu governo o filósofo revolucionário José Vasconcelos, o que explica, em parte, o predomínio das artes visuais e a primazia cultural do muralismo nesse período.(ADES, p.151)


A teoria social de Vasconcelos, que estava fundamentada em conceitos pictográficos e no positivismo do filósofo Augusto Comte, sustentava a ideia de que a evolução de uma sociedade se dá através de três estágios, sendo o mais avançado o da estética. Vasconcelos estava convicto de que o México revolucionário não tardaria a entrar nesse estágio, mas, para tanto, se fazia necessária uma “arte para o povo”, que não se mantivesse confinada às galerias, aos museus, mas que estivesse acessível a todos.

A pose do primeiro líder revolucionário, Álvaro Obregón para o cargo de presidente em 1920 trouxe um período de esperança e otimismo no qual nasceria  o movimento muralista. Nomeando para  Ministro da Educação de seu governo o filósofo revolucionário José Vasconcelos, o que explica, em parte, o predomínio das artes visuais e a primazia cultural do muralismo nesse período.

A teoria social de Vasconcelos, que estava fundamentada em conceitos pictográficos e no positivismo do filósofo Augusto Comte, sustentava a ideia de que a evolução de uma sociedade se dá através de três estágios, sendo o mais avançado o da estética. Vasconcelos estava convicto de que o México revolucionário não tardaria a entrar nesse estágio, mas, para tanto, se fazia necessária uma “arte para o povo”, que não se mantivesse confinada às galerias, aos museus, mas que estivesse acessível a todos.(ADES, p.151)

 Para muitos mexicanos, a Revolução revelou seu verdadeiro país, o que teria dado aos artistas, em especial aos artistas plásticos, a inspiração advinda dessa nova realidade. Isso explicaria por que os pintores muralistas inundaram as paredes de locais públicos com torrentes de imagens, as mais variadas - realistas, alegóricas, satírica -, que refletiam a história e a multiplicidade da cultura mexicana, bem como suas próprias aspirações e conflitos.

Essa arte diz respeito também ao fato da idéia de murais fazer parte de uma tradição que vinha de longa data pois, em épocas pré-colombianas os muros já eram cobertos de pinturas. A primeira vez que se deu conta disso foi quando Rivera junto com Vasconcelos conheceram o templo dos Jaguares em Yucatán 1921.

Uma outra razão para o muralismo diz respeito ao “problema do índio”, novamente reavivado pela revolução, sob o qual rugia a grande questão de ser ou não o México duas nações e que, por implicar a discussão sobre o papel da arte, dava a esta uma considerável peso.

O muralismo se estabeleceu e promoveu mais do que uma fusão cultural, os muralistas  exigiam a erradicação da arte burguesa ( a pintura de cavalete) e apontavam a tradição indígena como o modelo do ideal socialista de uma arte aberta para o povo.

Então o México teve seus maiores e principais muralistas que ficaram conhecidos como : Los Tres Grandes:  Diego Rivera, José Clemente Orozco e David Alfaro Siqueiros.

São os artistas plásticos que  formaram a primeira geração de muralistas. Aqui colocarei obras de grande importância de cada um deles e, infelizmente não irei adentrar em suas biografias por conta da postagem ficar excessivamente grande. É apenas um recorte porque falar de arte não tem fim! Maravilha!!!

Diego Rivera (1886-1957)







Obras:








  


      José Clemente Orozco (1883-1949)







Obras:










Hospício Cabañas em Guadalajara







  Que viagem de louco essa pintura................fez jus ao lugar! rsrs




       David Alfaro Siqueiros (1826-1974)








     Obras:










O movimento muralista introduziu expectativas de uma época na qual se tentava levar a possibilidade de transformação social na qual um povo sofrido devido a uma penosa ditadura.A arte seria um resgate e valorização de interpretações do passado juntamente com esperanças de desenvolver no futuro uma sociedade mais justa e igualitária. Seria um esforço para empregar a arte como um agente de transformação das estruturas sociais, ou seja, a verdadeira revolução de ideias e um povo através de sua arte!

BIBLIOGRAFIA:

- Livro: ADES, Dawn: "O movimento muralista mexicano" in: Arte na América Latina: a era moderna: 1820-1980. São Paulo, Cosac & Narfy, 1977
- Aulas e textos: História da Arte - PUC; Porf. Mestre- Marcelo Squinca- 2° semestre 2013.
- Google imagens;

* Algumas imagens postadas são de fontes diversas do Google imagens. Caso, alguma foto de sua autoria e detentora dos direitos autorais estiver neste blog e você desejar sua remoção, favor enviar um email que prontamente será removido do blog.




4 de abr. de 2015

Beleza é fundamental? Roger Scruton

Boa noite pessoal tudo bem?
Hoje irei postar apenas um vídeo sobre o pensamento de um grande filósofo, Roger Scruton, pouco conhecido aqui no Brasil.
No seu livro Beleza ele questiona: " por que estudarmos a herança de nossa arte e cultura numa época em que o julgamento de sua beleza não possui nenhum fundamento racional?"
Ele defende que a beleza é um valor real e universal presa na nossa natureza racional e a apreciação do belo executa um papel imprescindível na formação desse nosso mundo.
Eu ainda não li o livro (está na lista de livros para as férias, rsrs), mas depois de ver esta entrevista, tenho certeza de que você vai correndo comprar um.
E por que estou abordando esse filósofo aqui? Além de ter apreciado esse grande filósofo, pelo simples fato de amar filosofia e por ela andar de mãos dadas com a arte! 
Boa leitura e bom video!

Livro: Beleza - Roger Scruton, Ed. Realizações - 2013



Até  próxima!
eza

24 de jan. de 2015

Quando as cores dizem por si só.....

Olá pessoal, tudo bem?
Sei que novamente estou em débito com vocês mas, o fim de 2014 foi um tanto turbulento para mim. Se acreditam ou não em horóscopo chinês, 2014 foi o ano do cavalo e creio que na minha vida no fim desse ano ele resolveu sair em disparada! rsrsrs
Mas estou aqui novamente e com uma postagem bem bacana. Nas minhas férias gastei um bom dinheirinho com livros (adoro!) e um deles foi a obra intitulada – Matisse – Escritos e reflexões sobre Arte, da Editora Cosac Naify.
Bom, nem preciso dizer que eu ameeeei o livro e por esta razão que, farei meu primeiro post de 2015 sobre esta pessoa admirável, Henri Matisse.
O que dizer sobre este homem? Um homem dedicado e totalmente fiel ao seu ser.
Primeiro, uma breve biografia: Henri Matisse nasceu na França em 31 de dezembro de 1869. Foi escultor, gravurista e desenhista. Ficou conhecido pelo uso das cores em suas obras, juntamente com Picasso e Marcel Duchamp, foi considerado um artista da arte moderna.
Matisse fez Direito mas, acabou indo para o mundo das artes graças a um presente dado por sua mãe, pincéis e tintas, onde se descobriu por completo.
Suas obras, com minha modesta opinião de aprendiz, são de uma leveza e frescura que chego a sentir uma brisa fresca batendo em meu rosto.
O que mais me chamou a atenção foi sua fala: “ Você quer fazer pintura?Comece então por cortar sua língua, para, a partir de agora, só falar com os pincéis.”
Sim, o que ele quis dizer com isto? Agora você deve viver uma relação completa com a arte. Não basta olhar e copiar, não basta realizar somente aquilo que te pedem, de sentir o que faz. Para Matisse o equilíbrio é tudo, porque o que você faz sempre será o reflexo de seu interior então, para se realizar uma obra, ele buscava o que sentia misturado com o que conhecia do mundo. Ele também dizia que o artista precisava ver o mundo com olhos de criança, mas por quê? Vocês já devem ter ouvido a história de um mestre Samurai com seu discípulo e a xícara de chá?
O jovem aprendiz estava tomando um chá com seu mestre quando percebeu que o mesmo continuou colocando a bebida em sua xícara já cheia e, ao ver transbordar o liquido, disse desesperado ao mestre que parasse, e seu sábio mestre lhe disse: “ Está vendo como você precisa esvaziar sua mente de tudo?( moral, valores, verdades, conceitos, julgamentos, etc..) Para que eu possa preencher de forma limpa e sadia de novos conhecimentos para só então, conseguir entrar em perfeito equilíbrio com sua alma. Profundo né? Penso nisso todos os dias....... 
A criança ainda não tem opiniões formadas sobre o mundo, não tem julgamentos e valores impostos à sua volta, é a mais pura e verdadeira emoção, é a xícara vazia que ao longo da vida vai preenchendo com suas idéias e conceitos.
Para Matisse era exatamente isso, não use apenas a técnica, traga para a obra seus mais profundos sentimentos e, o mais importante, ainda estava por vir. O observador (nós) ao olhar o trabalho final, deve reconhecer e sentir cada emoção, sentimento e pensamento.
Matisse dizia que sempre sentia medo antes de começar suas obras porque nele havia uma preocupação tremenda no que poderia transmitir. Então, um artista não precisa de fala, ele precisa de um profundo dialogo interno. Então ele permanecia horas e horas, dias e dias e até anos e anos numa mesma obra. Concentrado apenas nela, com uma dedicação ímpar sempre observando cada dia o seu desenvolvimento. Claro que, se percebesse que algo havia mudado recomeçava tudo de novo ou, se seu interior também sofresse alguma alteração, nem chegava perto de seu trabalho. Sua preocupação ia além da obra ia além da moldura, ia para um lado conceitual como fez na Capela do Rosário em Vence na França 1951. Essa foi uma das mais importantes obras deste grande artista e veja como o exterior afeta a obra e de como causa o impacto em nós meros observadores. Este trabalho traz uma simplicidade que nos leva a flutuar e chegar mais próximos de Deus, é poético. Me diz se isso não faz você se sentir num lugar calmo, leve como uma brisa da manhã? É realmente divino!



E assim ele transmitia através das cores. Suas obras traduzem a mais perfeita sintonia entre mente, alma e corpo. É impressionante ver como ele conseguia transformar o preto em cor, ele conseguiu valorizar o preto distanciando-o dos jogos de claro e escuro. As cores são a interpretação de suas obras. Para ele, desenho e cor são coisas separadas e não uma só. Uma cor pode matar um desenho e vice-versa e realmente somente depois de ler o livro, me dei conta dessa questão.
Veja esta obra e me diga se as cores não falam por si só: Sintam o frescor que ela traz, a suavidade de cada componente, nada é pesado, mesmo o preto ao fundo, tudo é leve,tranquilo, harmonioso assim como a vida deve  ser.



E esta outra? Quantas cores existem no rosto desta mulher que traduzem perfeitamente o que é e suas emoções?


Esta forma como aborda as cores, realmente é impressionante e eu como uma boa estudante novata no assunto, fiquei totalmente encantada e admirada.  
Por incrível que pareça, quando estava na leitura deste livro eu ganhei do meu grande amigo filósofo Ari, um cavalete para me aventurar na pintura. Agora imagina como eu fiquei maluca para dialogar com as cores?
Sinceramente não sei desenhar, mas irei mergulhar no mundo da pintura e nem preciso dizer que de inicio, minha maior fonte de inspiração não poderia ser nada menos do que este grande Mestre: Henri Matisse.

BIBLIOGRAFIA:

- Matisse: Escritos e reflexões sobre arte - Ed. Cosac Naify - 2007 - SP
- Imagens: Google imagens