24 de jan. de 2015

Quando as cores dizem por si só.....

Olá pessoal, tudo bem?
Sei que novamente estou em débito com vocês mas, o fim de 2014 foi um tanto turbulento para mim. Se acreditam ou não em horóscopo chinês, 2014 foi o ano do cavalo e creio que na minha vida no fim desse ano ele resolveu sair em disparada! rsrsrs
Mas estou aqui novamente e com uma postagem bem bacana. Nas minhas férias gastei um bom dinheirinho com livros (adoro!) e um deles foi a obra intitulada – Matisse – Escritos e reflexões sobre Arte, da Editora Cosac Naify.
Bom, nem preciso dizer que eu ameeeei o livro e por esta razão que, farei meu primeiro post de 2015 sobre esta pessoa admirável, Henri Matisse.
O que dizer sobre este homem? Um homem dedicado e totalmente fiel ao seu ser.
Primeiro, uma breve biografia: Henri Matisse nasceu na França em 31 de dezembro de 1869. Foi escultor, gravurista e desenhista. Ficou conhecido pelo uso das cores em suas obras, juntamente com Picasso e Marcel Duchamp, foi considerado um artista da arte moderna.
Matisse fez Direito mas, acabou indo para o mundo das artes graças a um presente dado por sua mãe, pincéis e tintas, onde se descobriu por completo.
Suas obras, com minha modesta opinião de aprendiz, são de uma leveza e frescura que chego a sentir uma brisa fresca batendo em meu rosto.
O que mais me chamou a atenção foi sua fala: “ Você quer fazer pintura?Comece então por cortar sua língua, para, a partir de agora, só falar com os pincéis.”
Sim, o que ele quis dizer com isto? Agora você deve viver uma relação completa com a arte. Não basta olhar e copiar, não basta realizar somente aquilo que te pedem, de sentir o que faz. Para Matisse o equilíbrio é tudo, porque o que você faz sempre será o reflexo de seu interior então, para se realizar uma obra, ele buscava o que sentia misturado com o que conhecia do mundo. Ele também dizia que o artista precisava ver o mundo com olhos de criança, mas por quê? Vocês já devem ter ouvido a história de um mestre Samurai com seu discípulo e a xícara de chá?
O jovem aprendiz estava tomando um chá com seu mestre quando percebeu que o mesmo continuou colocando a bebida em sua xícara já cheia e, ao ver transbordar o liquido, disse desesperado ao mestre que parasse, e seu sábio mestre lhe disse: “ Está vendo como você precisa esvaziar sua mente de tudo?( moral, valores, verdades, conceitos, julgamentos, etc..) Para que eu possa preencher de forma limpa e sadia de novos conhecimentos para só então, conseguir entrar em perfeito equilíbrio com sua alma. Profundo né? Penso nisso todos os dias....... 
A criança ainda não tem opiniões formadas sobre o mundo, não tem julgamentos e valores impostos à sua volta, é a mais pura e verdadeira emoção, é a xícara vazia que ao longo da vida vai preenchendo com suas idéias e conceitos.
Para Matisse era exatamente isso, não use apenas a técnica, traga para a obra seus mais profundos sentimentos e, o mais importante, ainda estava por vir. O observador (nós) ao olhar o trabalho final, deve reconhecer e sentir cada emoção, sentimento e pensamento.
Matisse dizia que sempre sentia medo antes de começar suas obras porque nele havia uma preocupação tremenda no que poderia transmitir. Então, um artista não precisa de fala, ele precisa de um profundo dialogo interno. Então ele permanecia horas e horas, dias e dias e até anos e anos numa mesma obra. Concentrado apenas nela, com uma dedicação ímpar sempre observando cada dia o seu desenvolvimento. Claro que, se percebesse que algo havia mudado recomeçava tudo de novo ou, se seu interior também sofresse alguma alteração, nem chegava perto de seu trabalho. Sua preocupação ia além da obra ia além da moldura, ia para um lado conceitual como fez na Capela do Rosário em Vence na França 1951. Essa foi uma das mais importantes obras deste grande artista e veja como o exterior afeta a obra e de como causa o impacto em nós meros observadores. Este trabalho traz uma simplicidade que nos leva a flutuar e chegar mais próximos de Deus, é poético. Me diz se isso não faz você se sentir num lugar calmo, leve como uma brisa da manhã? É realmente divino!



E assim ele transmitia através das cores. Suas obras traduzem a mais perfeita sintonia entre mente, alma e corpo. É impressionante ver como ele conseguia transformar o preto em cor, ele conseguiu valorizar o preto distanciando-o dos jogos de claro e escuro. As cores são a interpretação de suas obras. Para ele, desenho e cor são coisas separadas e não uma só. Uma cor pode matar um desenho e vice-versa e realmente somente depois de ler o livro, me dei conta dessa questão.
Veja esta obra e me diga se as cores não falam por si só: Sintam o frescor que ela traz, a suavidade de cada componente, nada é pesado, mesmo o preto ao fundo, tudo é leve,tranquilo, harmonioso assim como a vida deve  ser.



E esta outra? Quantas cores existem no rosto desta mulher que traduzem perfeitamente o que é e suas emoções?


Esta forma como aborda as cores, realmente é impressionante e eu como uma boa estudante novata no assunto, fiquei totalmente encantada e admirada.  
Por incrível que pareça, quando estava na leitura deste livro eu ganhei do meu grande amigo filósofo Ari, um cavalete para me aventurar na pintura. Agora imagina como eu fiquei maluca para dialogar com as cores?
Sinceramente não sei desenhar, mas irei mergulhar no mundo da pintura e nem preciso dizer que de inicio, minha maior fonte de inspiração não poderia ser nada menos do que este grande Mestre: Henri Matisse.

BIBLIOGRAFIA:

- Matisse: Escritos e reflexões sobre arte - Ed. Cosac Naify - 2007 - SP
- Imagens: Google imagens